CONVIVER COM A INCONTINÊNCIA URINÁRIA: CAUSAS E
PREVENÇÃO
Apesar de ser algo ainda pouco discutido, a incontinência urinária é algo bastante comum, podendo afetar tanto homens como mulheres, independentemente da sua faixa etária, sendo, no entanto, mais frequente em mulheres e idosos.
É frequente que a incontinência tenha como resultado uma diminuição da qualidade de vida, devido a constrangimentos, sensações de mal-estar e condicionamentos no dia-a-dia.
Contudo, a incontinência pode na maioria dos casos, dependendo do seu tipo, ser revertida e facilmente tratada, especialmente quando detetada numa fase inicial.
Para que o impacto da incontinência seja reduzido ao máximo é fundamental perceber o que causa os diferentes tipos de incontinência, no que diferem e de que modo cada um deles pode ser suavizado, pois diferentes tipos de incontinência não só estão associados a diferentes sintomas como também requerem abordagens distintas.
Tipos de Incontinência
Aos diferentes tipos de incontinência estão associadas perdas de urina com características distintas, podendo as fugas ser ligeiras e ocasionais ou abundantes e recorrentes.
Incontinência por
Esforço:
A incontinência por esforço caracteriza-se por pequenas perdas de urina, que ocorrem ocasionalmente, na desencadear de ações ou atividades que aumentem a pressão exercida sobre a bexiga, como espirrar, tossir ou carregar pesos. Estas perdas de urina ocasionais e ligeiras são causadas pelo enfraquecimento dos músculos que constituem o pavimento pélvico e afetam sobretudo mulheres entre os 45 e os 65 anos de idade.
Incontinência por
Urgência:
A incontinência por urgência corresponde a uma súbita e intensa necessidade de urinar que, apesar de ser muitas vezes associada ao envelhecimento, pode surgir em qualquer idade, estando por vezes ligada a doenças do foro neurológico.
Enurese Noturna:
Apesar de ser muito frequente em crianças, este tipo de incontinência afeta também adultos, e caracteriza-se por perdas de urina durante o sono.
Incontinência
Mista:
A incontinência mista, como o nome indica, é uma combinação de sintomas da incontinência por esforço e da incontinência por urgência.
Incontinência por Extravasamento:
A incontinência por extravasamento acontece quando a bexiga não tem capacidade para suportar grandes volumes de urina ou quando a pressão excede a capacidade de resistência da uretra.
Incontinência
Funcional:
A incontinência funcional é algo comum em portadores de patologias do foro neurológico, como demência, Parkinson e Alzheimer, uma vez que estas patologias incapacitam os pacientes de chegar à casa de banho antecipadamente.
Causas e Sinais de Alerta
É fundamental procurar aconselhamento profissional caso os episódios de incontinência se prolonguem no tempo e/ou se agravem, pois as fugas de urina podem, por si só, estar associadas a problemas de saúde mais graves.
Causas Frequentes
A incontinência pode resultar do enfraquecimento do esfíncter urinário e do pavimento pélvico, de espasmos ou superatividade dos músculos que constituem a parede da bexiga.
Uma má coordenação entre os músculos da parede da bexiga e o esfíncter urinário pode também levar a episódios de perda de urina.
A retenção urinária pode paralelamente resultar em casos de incontinência por extravasamento. O aumento do volume de urina pode desencadear fugas de urina. Este aumento pode ser causado por diabetes, pelo uso de diuréticos ou pela ingestão em excesso de álcool e cafeína.
Alterações hormonais, obesidade ou a obstrução da saída da bexiga podem também causar incontinência, bem como a fraqueza do músculo pélvico como consequência do parto.
Sinais de Alerta
Há vários sinais de alerta que não devem ser desvalorizados:
Sentir necessidade frequente de urinar.
Sensação de bexiga cheia imediatamente após urinar.
Perda de força no jato urinário.
Aumento da frequência e intensidade dos episódios de incontinência.
Minimizar o Impacto das Fugas de Urina
no dia-a-dia
Apesar de ser algo comum, a incontinência não deve, nem tem, de condicionar o seu dia-a-dia ou a sua qualidade de vida.
Um passo fundamental na minimização do impacto da incontinência na qualidade de vida é a sua desmitificação. Perdas de urina são algo comum, segundo a Associação Portuguesa de Urologia 1 em cada 5 portugueses com mais de 40 anos sofre de incontinência, ou seja cerca de 20% da população.
https://www.apurologia.pt/incontinencia/incontinencia_2014/Dossier_Inc_Urinaria_2014.pdf
Existem algumas estratégias bastante simples para diminuir a incidência dos episódios de perda de urina como:
Manter uma dieta equilibrada e rica em fibras.
Evitar alimentos que possam causar a irritação da bexiga.
Moderar o consumo de bebidas alcoólicas e de cafeína.
Praticar exercício físico regularmente.
Alguns produtos como absorventes, fraldas, toalhetes e loções para a muda de fralda podem também tornar o convívio com a incontinência relativamente mais fácil e cómodo.
A escolha do absorvente certo é imperativa, pois produtos com diferentes características têm diferentes fins. Escolher o produto que melhor se adapta ao seu caso irá tornar a utilização mais cómoda e sobretudo eficaz, para que o seu dia-a-dia seja o mais normal possível.