Vacinação
No ano de 1965, foi implementado, em Portugal, o Plano Nacional de Vacinação (PNV) e desde então tem-se revelado uma forma eficaz de prevenir doenças infectocontagiosas variadas como o Sarampo, o Tétano, a Papeira, a Tuberculose, etc.
O que diferencia as
vacinas dos medicamentos?
As vacinas e os medicamentos distinguem-se tendo em consideração três pontos-chave: a sua ação, o seu benefício e o grupo de indivíduos a quem se destina a sua administração.
As vacinas têm ação preventiva, são administradas a indivíduos saudáveis e resultam num benefício individual e coletivo.
Por sua vez, os medicamentos têm ação terapêutica, são administrados a indivíduos que se se encontrem doentes e o seu benefício é individual.
Qual é a importância
da vacinação?
São várias as razões que justificam e sustentam a importância da vacinação, nomeadamente:
O seu impacto positivo na redução do número de mortes na infância devido a doenças infeciosas.
A vacinação previne surtos de doenças evitáveis.
Quando realizada em grande escala e de forma sustentada, a vacinação pode resultar na erradicação de doenças.
O custo da vacinação é exponencialmente menor comparativamente aos custos associados ao tratamento das patologias.
A vacinação é segura?
Atualmente, devido ao progresso da biotecnologia e à maior compreensão relativamente à resposta imunológica do organismo é possível afirmar que as vacinas são uma forma eficaz e segura de prevenir determinadas patologias.
No entanto, existem ainda alguns mitos associados à vacinação que geram dúvidas e desconfiança relativamente à sua segurança, devendo ser esclarecidos.
Mitos
- "As vacinas não são seguras."
Para que seja aprovada uma vacina tem de passar por diversos testes, cada lote é controlado separadamente e mesmo depois de obter a pré-qualificação e o licenciamento a vacina continua a ser monitorizada. - "As vacinas causam autismo."
Não existem evidências de que o autismo ou os distúrbios de autismo estejam ligados à vacinação. - "A administração de várias vacinas em simultâneo potenciam efeitos adversos severos e pode levar a uma sobrecarga do sistema imunitário."
A administração de vacinas combinadas não resulta em efeitos adversos e reduz o número de injeções necessárias para cumprir o Plano Nacional de Vacinação, poupando tempo e diminuindo o desconforto para as crianças. - "As vacinas são prejudiciais para a saúde pois contêm mercúrio."
Algumas vacinas contêm tiomersal (adicionado como conservante) em quantidades mínimas, o que não constitui perigo para a saúde pública. - "A vacina combinada contra a Difteria, o Tétano e a Tosse Convulsa (DTP) e a vacina contra a Poliomielite provocam o Síndrome da Morte Súbita Infantil."
Não há evidências e uma ligação causal entre a vacinação e a morte súbita infantil. - "É melhor adquirir imunidade através de doenças do que através da vacinação."
A resposta do organismo às duas situações é bastante semelhante. - "A vacinação aumenta a probabilidade de sofrer de doenças alérgicas, respiratórias ou autoimunes."
A relação entre o desenvolvimento de doenças alérgicas, respiratórias ou autoimunes e a vacinação não está comprovada. - "As vacinas levam a um aumento dos casos de cancro."
As vacinas não causam cancro, pelo contrário. Vacinas para Hepatites e para o HPV ajudam a prevenir tumores no fígado e no colo do útero.
A vacinação é fundamental em todas as fases da vida e não só durante a infância, há inclusive algumas vacinas que têm de ser reforçadas de tempos a tempos, pelo que deve manter-se atento às datas do seu boletim de vacinas, para que este se mantenha atualizado.
Ao aderir à vacinação não só se está a proteger a si como está a proteger a sua comunidade, pois a imunidade de grupo é fundamental para o controlo de epidemias e para a erradicação de doenças infectocontagiosas.
Efeitos Adversos
A administração de vacinas pode no entanto, resultar em efeitos adversos ligeiros a moderados, nomeadamente:
Dor, eritema ou edema (a nível local).
Febre moderada (reação sistémica, que dura entre 24 a 48h).
A anafilaxia pode também ocorrer, daí ser recomendado a permanência no local onde foram administradas as vacinas pelo menos durante meia hora.